Havia em um país distante uma tradição de se assar porcos para as festas populares do calendário deles, umas 3 festas no ano.
A atividade de assar os porcos, consistia em soltar vários porcos em uma floresta previamente demarcada, e atear fogo na floresta inteira.
Ao final do incêndio, os assadores iam recolher os porcos e temperá-los para servir.
Chegando um estrangeiro no país, foi recebido pelo presidente deste, e depois de ver o procedimento acontecer resolveu sugerir:
Porque vocês não pegam os porcos e colocam em fornos para assar, ao invés de queimar uma floresta inteira?
Ao que o presidente falou:
Não ouse falar isso em público . Vai ser considerado um herege, um louco , vai ser apedrejado e esquartejado.
O estrangeiro então ousou perguntar porque não era melhor simplificar.
O presidente respondeu:
Segundo os nossos economistas , isso seria um desastre total.
O dinheiro da cidade circula em torno do reflorestamento, pessoas trabalham nisso, outras pessoas vendem as mudas de plantas, outras treinam os porcos para ficarem parados diante de um incêndio contratamos pessoas para calcular o tempo de incendio, outras para avaliar a velocidade do vento , a previsão de chuva , enfim ...
Sua idéia simplista levaria a uma recessão sem precedentes, por isso é inconcebível economicamente.
Falou então ao visitante, com um ar de autoridade "quase americano":
No seu país não tem economistas?!?
(O Artigo Porcos assados original foi publicado em espanhol em Juicio a La Escuela Cirrigliano, Forcade Tllich - Editorial Humanitas Buenos Aires, 1976 , e circulou entre os alunos do curso de pós-graduação da Universidade de Piracicaba em 1981. A sutileza com que o autor satiriza um dos problemas de nossos tempos fez com que imediatamente o texto chamasse a atenção de alunos e professores, convertendo-se em tema de conversas e debates até hoje.)
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